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segunda-feira, 15 de julho de 2013

A Ruiva


DE: A RUIVA 

Gabriel

Ainda te lembras de mim? Da louca que conheces-te há uns anos? Das cartas que trocámos? Não tens ideia da reviravolta que a minha vida deu, acho que agora analisando bem a situação, tiveste um grande impacto na já falada reviravolta.

Tenho a enviar-te esta carta que há muito viaja comigo. É um rol de dilúvios e uma compilação de palavras nuas e perdidas. Quando ela te vier parar as mãos, provavelmente já eu estarei nelas (assim espero). E que quero eu dizer com isto, perguntas tu? Vou para Lisboa à tua procura, não há-de ser muito difícil encontrar uma morada pois não? (assim espero, mais uma vez).

Já passaram alguns anos. Perdoa a minha ausência, em situações normais nem um pedido de desculpas bordado de ouro apagaria a minha pesada divida para contigo, mas tal como quase tudo em mim … O que me sucedeu foi muito pouco normal. E num dia não muito diferente deste que se está a passar, uma dor aguda atingiu-me, vi um reflexo de ti … A partir desse dia, resolvi que tinha ia encontrar-te! Percorri vezes sem conta as mesmas ruas já tão minhas conhecidas, vi-me no teu lugar. E o quão fantástico e angustiante foi? Aquele misto de sensações fez vibrar todos os centímetros da minha pele.

Acredito que vais querer ver-me ao fim de tanto tempo. Tenho uma boa explicação para ti, não a escreverei aqui porque como já referi, aquando da chegada deste pedaço de papel, já estarei junto a ti. Tenho muita a contar-te, mas cada palavra proferida pelos meus lábios decerto que valerá muito mais que quaisquer mil e uma palavras escritas e reescritas.

Espero ver-te em breve

Com amor

Clara


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