Gabriel
Ainda
te lembras de mim? Da louca que conheces-te há uns anos? Das cartas que trocámos?
Não tens ideia da reviravolta que a minha vida deu, acho que agora analisando
bem a situação, tiveste um grande impacto na já falada reviravolta.
Tenho
a enviar-te esta carta que há muito viaja comigo. É um rol de dilúvios e uma
compilação de palavras nuas e perdidas. Quando ela te vier parar as mãos,
provavelmente já eu estarei nelas (assim espero). E que quero eu dizer com isto,
perguntas tu? Vou para Lisboa à tua procura, não há-de ser muito difícil
encontrar uma morada pois não? (assim espero, mais uma vez).
Já
passaram alguns anos. Perdoa a minha ausência, em situações normais nem um
pedido de desculpas bordado de ouro apagaria a minha pesada divida para
contigo, mas tal como quase tudo em mim … O que me sucedeu foi muito pouco
normal. E num dia não muito diferente deste que se está a passar, uma dor aguda
atingiu-me, vi um reflexo de ti … A partir desse dia, resolvi que tinha ia
encontrar-te! Percorri vezes sem conta as mesmas ruas já tão minhas conhecidas,
vi-me no teu lugar. E o quão fantástico e angustiante foi? Aquele misto de
sensações fez vibrar todos os centímetros da minha pele.
Acredito
que vais querer ver-me ao fim de tanto tempo. Tenho uma boa explicação para ti,
não a escreverei aqui porque como já referi, aquando da chegada deste pedaço de
papel, já estarei junto a ti. Tenho muita a contar-te, mas cada palavra
proferida pelos meus lábios decerto que valerá muito mais que quaisquer mil e
uma palavras escritas e reescritas.
Espero
ver-te em breve
Com
amor
Clara
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