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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Meus caros ...

Meus caros astronautas, mil perdões pelo meu eminente desaparecimento, a minha "morte espiritual" no que toca a todas as minhas palavras, (não mortas ainda), mas embaraçadas, perdidas e salgadas, acima de tudo fugidas da vossa vista. Podia dar-vos mil razões (muito fortes por sinal) , mas nada disso serve de desculpa quando esqueço e desvalorizo este meu pequeno grande mundo.


Mas sabem que mais, consegui fazer a proeza de ter um 14,1 a Matemática A, foi a única coisa que me puxou cá para cima e me tirou da frieza deste meu mundo mudo, ultimamente tão só. (É de notar, que subi cerca de 7 valores meus caros e que os números não são a minha maior aptidão.)


O meu desaparecimento faz juz aos comentários também estes fugidos e às escassas viagens neste meu mundo mudo. Mas vou fazer de tudo para dar uma grande volta não só na Lua, mas em todos os aspectos pendentes na minha vida muda, no meu mundo mudo, em mim (tudo menos muda).


Para além de vos ir pôr a par de muitos rabiscos que esvoaçam na minha mente perdida, quero vos pedir uma opinião: Lembram-se do Deliberado? Uma história que comecei a fazer com um querido amigo meu (João Frederico, cujo blog é http://cruzaosteusentidos.blogspot.com/


Bem, por muito que eu gostasse da ideia, essa ficou muito prematura tanto em mim, como talvez em alguns de vocês, portanto tomei a iniciativa de a continuar. Se quiserem reavivar a vossa memória , aqui está: 


Saí de casa com asas nos pés, veloz corri para apanhar o autocarro. Perdi-o !
Sentei-me no banco frio junto á paragem, protegia os meus olhos com os óculos e a minha alma com a música , o sol queimava o meu rosto e fazia frente ao frio constante que me assolava. Descaradamente ignorei os autocarros que passavam por mim e faziam voar as páginas do livro que me acompanhava.
Iria faltar á escola e pronto ! Já não havia remédio para tal.
Levantei-me e fui beber um café, comi um pastel de nata , e fiquei sem norte . Como seria o meu dia sem funções ou sem elementos químicos ?
Não sei, voltei para a paragem e fiquei por lá, á espera de Ninguém. Foi então que alguém se sentou ao meu lado, ignorei constantemente os toques descuidados e evidente necessidade de chamar a minha atenção ... Pouca sorte, a música no meu ipod era mais interessante que qualquer tentativa de paixão.
Pensava eu, até te levantares e a tua camisa esvoaçar para cima de mim , o teu perfume entranhar na minha pele, e eu ver-te entrar e sentar-te á janela. Sorrindo e ignorando-me, mais uma vez descaradamente 
  
Eu sabia, pretendias levar-me contigo sem rumo, para um destino incerto. Para um qualquer sítio que calhasse, provavelmente com o mesmo romantismo do livro que abraçava com as mãos. 


E eu? Eu queria-me perder por aí contigo, pois eu, tu, nós, somos livres, como um pássaro divagante ou talvez como uma corrente, mágica, no mar. E naquele dia sem destino, em que decididamente faltaria à escola, nada me preocupava, nada para além do Sol que me acariciava a face, da música que me beijava os ouvidos, daquele sentimento inconsciente de liberfelicidade, nada para além de ti. O Jogo começava agora. 

As mil imagens que acabei de descrever voaram para dentro dos meus brilhantes olhos castanhos deliciando por completo alma minha, naquele dia sonhadora, e... Levantei-me, demorando a eternidade... Fechei os olhos: apenas... o teu... perfume... esse guiava-me até ti... Para dentro de um qualquer amarelado autocarro...

-Oicha, o vilhete! - corei, corei, corei: figura tola fizera. E tu (pelo canto do olho vi) te riste - E para onde vais? - perguntou-me o tão impaciente maquinista carente de romance, por certo.
-Hm... - com tanta distracção esquecera-me disso, e aproximando-me do homem Gordo, tresandando todo ele a impaciência - por acaso não vira par... Não interessa deixa lá, - fazia-me lembrar a "stora" de Química, naquele mesmo instante, tinha a certeza, enfadando os meus colegas - dê-me bilhete inteiro para a última paragem, por favor.
-Umequince!
-Não tenho...
-Tem que tere senaum...
-Pois, mas não tenho.
-Tem...
-Está...
-que...
-aqui...
-tere!
-algures... - vi no bolso. Provavelmente lá estariam os trocos do pastel de nata e do café que pagara com uma nota de 5... - Aqui tem. Fique com o resto, para si.

-Ainda che foche alguma coicha, jovem... - pobre e mal agradecido!

Sétima fila, segundo lugar à direita, perto da porta - esperteza não te faltava, assim me pareceu. Onde me sentaria? Teria de decidir rapidamente: fazia parte do nosso jogo descarado.
Tirei os óculos enquanto andava lentamente pelo único corredor, central, do autocarro, deixei apenas um 'phone a sussurrar-me ao ouvido e passei a mão pelo cabelo, sentindo o teu olhar queimar-me cada centímetro do meu corpo. Sabia bem o que sentias, descansa: o sentimento, o desejo do momento, eram mútuos.
Não pude, nesse instante, deixar de reparar naquele perfeito contraste entre cabelos castanhos, brilhantes; olhos castanho-esverdeado traquinas, felizes e, via-os agora, tímidos; e entre lábios teus vermelhos, tão bem desenhados... Deu-me vontade de acreditar em Deus: apenas Ele teria o poder para esculpir tão maravilhosa obra.
Deste o primeiro passo e agora eu respondia dando o segundo: o contacto. No fundo dançávamos: de forma bela, espontânea mas calculista, um passo de cada vez. E... sentei-me a teu lado, "é o único disponível", impedindo-te de fugir, pelo menos sem mim.
Agíamos como dois amantes secretos, e talvez o fôssemos; estava a adorar, e tu reparaste nisso mesmo esboçando um sorriso terno, os olhos retraídos, para baixo, os lábios trincavas, humedecendo-os ao mesmo tempo, como se a qualquer momento me fosses beijar...
Queria parar o tempo, nesse instante, fechar os olhos e parar tudo ali: o Sol, a música "The man o can't be moved", o sentimento de fuga, felicidade, Tu (com o teu aroma, a tua camisa esvoaçante, o teu cabelo brilhante, os teus olhos traquinas) e guardar esse momento para sempre numa bola de neve.
Instalei-me... E sem querer, repeti os teus gestos, o teu solo de dança, deixando-me levar pela inocência do momento enquanto fazias soar as tuas primeiras palavras doces, um leve olá, que para mim era a mais bela melodia...
A (nossa) inconsciente e deliberada fuga estava agora a começar, 
ali sentados num banco de autocarro,
sem destino, mas juntos...



Seguimos lado a lado, sentados nos desconfortáveis bancos do autocarro. Sentia o rubor no meu rosto e a timidez que me assombrava impedia-me de confrontar o teu olhar, com medo do verde traquina que tanto te confortava. Esse teu olhar que visionava o mundo na palma da mão. Por momentos senti os teus olhos a queimaram-me, como se lançassem fogo! E aí também eu ganhei coragem e olhei-te! Vi o tudo e o nada dentro de ti. 


De rompante deste-me um toque no braço:


-Olha, por favor. Deixas-me passar? Vou sair na próxima paragem – Ah, raciocina, próxima paragem. Flores, qualquer coisa com flores. Margaridas! Avenida, Avenida das Margaridas!


-Sim sim, claro. Espera um pouco. – Levantei-me rapidamente e embalei-me pelo carrossel que era o autocarro. Um sobe e desce de suores e excitação. Oh que estava eu a fazer? Concentrei-me, um , dois , três ! Fiquei a admirar a tua destreza e vi-te sair pelas portas do amarelado autocarro, naquela que era a Avenida das Margaridas …

Fiquei em pé no autocarro, as pernas não se queriam sentar, pelo contrário, queriam correr atrás de ti. Entrara naquela viajem absorvida pelo teu perfume ! E tudo aquilo era por tua causa! Para onde iria eu sem ti?
-Oiça, por favor ! Pare o autocarro.


-Sente-se, não pode estar em pé ! 


-Por favor, eu tenho que sair. Pare o autocarro – E o motorista sedento de vida, encantado com o meu desespero, abriu as portas do veiculo.


-Saía depressa.


Matei caminho e fui em contra-mão até avistar algo que se assemelhasse ao teu vulto, à tua figura, ao teu cheiro! Algo que me consumisse mais um pouco, algo que me matasse, o veneno para o qual eu ansiava. O vírus para curar a doença que se tornou o teu odor. Até que :


-Espera por mim! Espera um pouco – corri como se as minhas pernas pertencessem a Obikwelu e a minha alma Deus! – E então paras-te , eras tu! Ali sorrindo e esperando por mim.


-Acalma-te, eu espero – Disseste tu com um sorriso trocista, como se sempre soubesses q aquilo ia acontecer, que eu correria por ti, vezes sem conta.


E quando eu te iria arrancar o teu escarnecedor sorriso e contar-te uma história sobre alguém que acha que o destino é uma treta e que luta pelo que quer. E neste momento tu eras a luta !
Mas então o telefone tocou:

-Sim Mãe, sim eu sei. Mas (…) Está bem, vou já mãe. Adeus


E quando levantei o olhar para voltar a encontrar-te! Puff, desapareces-te com o vento. Obrigada destino, a sério. Obrigada. Conseguis-te dar-me vida e voltar a tira-ma cerca de 180 minutos, e 32 segundos depois.



Um beijo especial, para a minha querida Bruna :*


Com o Mundo na Palma da Mão.





2 comentários:

  1. Salu cherry!

    Obrigada pelas doces palavras que me deste na minha mensagem. Obrigada pela força que deixaste em cada uma num simples comentário amoroso no facebook. Obrigada também, pela atenção que deste e sobretudo por este beijinho em especial! Ficarei à espera de novas novidades, de noticias tuas.

    UM BEIJO ENORME

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  2. vai ao meu blog, th um desafio para ti no separador q diz "desafios" (geral.)

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