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Ela viera ter comigo´

-Que fazes aqui?
-Não sei ao certo, mas senti a tua falta e resolvi ver se ainda sabia o caminho para cá.
-Nunca o esqueceste – Deveria ter dito isto num tom divertido, enquanto lhe piscava o olho e a convidava para entrar. Mas não, fui profundo e intenso, dizendo-lhe de facto aquilo que eu realmente pensava.
-Acho que tens razão.
-Eu também nunca esqueci o caminho para tua casa.
-Sabe bem voltar as origens – Não sei com que tom me queria ela dizer tal coisa, mas assim como eu fora intenso, ela também o fora. Olhou-me com os seus olhos de tinta escura agora vidrados em mim e sorriu.
-Sim, acho que sim.
Não foi preciso convida-la a entrar porque ela, depois de se ter esticado para pregar um beijo no canto dos meus lábios entrou de rompante e chamou por alguém.Quando percebeu que ninguém estava em casa, passou as mãos por todos os cantos e recordou todos os lugares onde um dia ela vivera (quase).
Por fim subimos para o meu quarto e ela não muito espantado com a desarrumação que lhe dava as boas vindas, sorriu de novo para mim:
-Não mudas-te nada.
-Porque dizes isso?
-Porque vejo.
-Sempre foste muito observadora.
       

                -Nunca o deixei de ser