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sábado, 5 de novembro de 2011

Diluvio

Eu sei que as queres, as luas e as palavras. Queres isso e tudo o que elas albergam, as pequeninas e as grandes, queres tudo a que tu um dia tiveste direito. Queres voltar ao inicio, porque a ciência não fala tão alto como o teu coração.
 Eu sei, eu sei de cor cada curva do teu pensamento e pouco me importa o que dizem ou o que pensam, eu continuo a decorar-te porque não consigo esquecer aquilo que um dia aprendi. A inteligência não é o x ou o y, o ADN ou os símbolos químicos, a inteligência não é a mente palpável, onde em cada curva se encontra ciência. A inteligência é o que sobra disso, talvez seja a ciência e a fé. A minha sabedoria foi o que restou das palavras sussurradas. Foi o que restou do diluvio, são as pequeninas palavras, os pequeninos gestos e as pequeninas lágrimas.
É ai que reside a minha sabedoria, é em não esquecer o que aprendi. Isso tudo e o que resta da erosão do tempo em cada curva das linhas das minhas mãos, em cada curva da minha mente, em cada curva dos meus pés, em cada curva do meu coração.
Queres não só voltar ao inicio, mas queres levar-me contigo. Pouca sorte, a minha cabeça está mais pesada e o coração algo ferido levita porque não tem força ou peso suficiente para se suportar a si próprio, queres levar-me contigo mas as minhas pernas estão cravadas na pedra fria que acompanha os meus pés, no fundo não tens quaisquer forças para me demover.
Enquanto eu te as oferecia, tu pavoneavas-te, plantavas ideias na minha mente decorada, na minha e na de meio mundo, mas quando ao final do dia caminhavas para trás, desfazendo tudo o que dizias e fazias, era tarde de mais. E agora? Agora queres desenterra-las, queres arranca-las da minha cabeça. Mas as raízes estão  tão longe de ti que a única coisa que vez, é o negro que pinta a fome que tens de um passado confortável.
Plantaste-as na lua e nem te apercebes-te disso, agora queres lá chegar. Mas  perdeste o teu tamanho desproporcionalmente grande e não chegas tão longe, como um dia chegas-te. Agora arrependes-te de as ter plantado, mas a terra fria secou e endureceu, perdes-te as forças, e a cova que está a vista esperando tal aconchego, não é para os meus pensamentos terroristas nem para as minhas ideias demasiado valorizadas e aprofundadas, a cova é para um passado, belo mas morto.
Queres ressuscita-lo, mas a pior maneira foi aquela que tu escolheste. Continuas na Lua com as tuas ideias, continuas nas mãos, nos pés, na cabeça e no coração, ainda aqui vives, não te desenganes. Mas não me peças para desvalorizar tudo aquilo que eu prezei, tudo aquilo que eu velei. Não me peças para esquecer tudo aquilo que eu acredito, agora não. Não mo peças para eu o fazer, porque a minha respostas vai ser novamente: Não.
O Arrependimento não mora aqui, mas o orgulho sim, mais presente que nunca. E talvez as palavras sejam demasiadas, a carta seja de tal maneira extensa que só tu gastes a vista nela, ( mas é isso que eu quero), porque hoje, elas, as pequeninas e as grandes, são unicamente dirigidas a ti!
No entanto são as últimas por agora.


1 comentário:

  1. Lindo, lindo, lindo !! Absolutamente lindo! Adoro a sinceridade presente mas lamento que ele continue sem perceber... Lamento que ele ainda procure por umas 'palavrinhas' que não visas dar-lhe mais. Mas continuo a admirar esta tua força, que te impede de te demoveres. "É ai que reside a minha sabedoria, é em não esquecer o que aprendi. Isso tudo e o que resta da erosão do tempo em cada curva das linhas das minhas mãos, em cada curva da minha mente, em cada curva dos meus pés, em cada curva do meu coração." está fantástico fofinha !!!

    PS: Não. Este meu novo sonho não está aqui para substituir um antigo. Apesar de o antigo ainda ter alguma força não mora aqui mais, nunca me atreveria a substitui-lo, aliás dificilmente alguma vez o farei. Não por não quer, mas ~por não saber como.
    Este novo sonho, é o meu único sonho, o único que realmente importa. love you

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