Antes que mudasse de ideias, fui pôr a carta no marco do correio. De cabeça erguida e com os pés trocados, perfurei a multidão. Peguei na garrafa velha uísque do meu pai, e pu-la na mala. Tirei os sapatos altos e contentei-me com uns chinelos perdidos lá em casa, quatro ou cinco números acima do meu. Continuei o meu caminho concentrada na pequena portinhola que me faria sair de casa, mais uma vez.
Mas mais importante que sair de casa, queria desesperadamente encontrar-me, algures perdida entre a avenida em que nos conhecemos, procurando por soluções fictícias para me desculpar a mim mesma para o que estava prestes a fazer. Quando a resposta mais óbvia era aquela que me perseguia todos os dias e eu não a queria aceitar.
Mas se é assim tão óbvia, como é que só me deparei com ela agora? Se é tão fácil como eu quero que seja, isso não faz de mim aquilo que eu nunca quis ser? Aquilo contra o que eu sempre lutei? Aquilo que eu abomino nos outros e nunca encontrei em mim... (Pobre tempo, pobre distância, arcam com as consequências dos mais fracos, dos invejosos que anseiam pela sua imensidão. Dos tolos que não sabem amar, aliás dos tolos que desaprenderam a amar, depois de tudo ...)
Morreu nos oito, oitocentos, oito mil. Oito beijos, oito vidas, oito eu e oito tu - Desapareceu (amo-te)
oh adorei.:)
ResponderEliminarDesculpa pela minha grande ausencia, Querida Raquel. Mas a verdade é que não ando com cabeça. Não que ande ocupada, porque isso era o que bem queria: estar ocupada e sem tempo para nada nem para mim. Mas pensando bem, tempo para mim, tenho tido imenso e não é nada mau. É óptimo! Mas também uma ocupaçao não me fazia mal. Visto que estar casa em casa não tem assim grande piada. Já que não passava por aqui, algum tempo, vim hoje. Vi tudo o que estava perdido. E adoro, como adoro o teu blog- do inicio até à tua ultima carta. Maravilho! O meu favorito, como tenho dito! E se este texto é o que eu estou a pensar... então, tenho imensa pena. Com mil mil mil beijos para ti!
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