Num passado não tão longinquo quanto isso corriamos. O vento cortava a pele de tão frio estar, esta gretava e sangrava. Mas não havia problema porque eu tinha mais pele, carne e ossos, por isso o dilema não era assim tão grande. O vento que continuasse a abusar de mim, assim como o frio e a chuva. Nada importava se a tua pele continuasse cerrada a minha.
As nossas pernas continuavam a mexer-se motivadas por algo que eu desconhecia. Por vezes doiam, como se facas rasgassem e os tijolos partissem. E lá ia o meu corpo a voar com as agressivas aragens. Mas eu não me importava porque voava contigo.
Que continuasse a voar, a andar, a correr. A nascer, a viver e a morrer.
Agora.
Dou três passos de criança, para recuar dois de gente grande.
E se gente grande já sou, então que venha alguém ensinar-me de novo porque eu, porque tu, porque nós desaprendemos a aprender.
Agora esperemos, porque andar é algo que não partilhemos.
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