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sexta-feira, 27 de abril de 2012

Crónica dos Estudantes

Estas palavras são para todos os estudantes, quer sejam eles filhos do estrelado, celebridades dos números e dos elementos químicos ou Reis das letras ... Como vos hei de chamar, talvez  de Grandiosos?
Quer seja para os grandiosos, quer seja para aqueles que valorizam "O Pouco" e não se importam em não encontrar " o Muito", os Esquecidos. Esquecidos ou Perdidos, talvez porque ainda não encontraram a pólvora que fará carregar os seus canhões, as suas preciosas armas.
 Ou então para aqueles que lutam, esfolam a pele, queimam as pestanas, vivem da gloriosa essência do café, para aqueles que têm pouco mas que anseiam por muito mais. Não lhes chamarei de desgraçados, porque a desgraça é mortífera e se realmente se encaixam nesta categoria que eu estabeleci, então saberão que a desgraça é passageira e o que realmente lhe assenta como o sapato de cristal assentou na Cinderela, é a ambição. Por isso chamar-lhes-ei de Ambiciosos.
E agora que as categorias estão estabelecidas, a tese está feita e os planos ganham forma. Agora está na altura de começar a apresentar ideias. Como estudantes que somos, melhores ou piores, Grandiosos, Esquecidos ou Ambiciosos sabem aquilo a que me refiro. Somos subordinados numa realidade não muito justa para a maioria, e os subordinantes? Ora há excelentes, há melhores e há piores. É o factor sorte combinado com o livre-arbítrio que condicionam o nosso futuro algo incerto.
E agora professores (da vida) expliquem-me não só a mim, mas também a toda a comunidade estudantil porque é que (nós - estudantes) queimamos as pestanas com pormenores, categorias e características da matéria X da disciplina Y, se nunca a iremos aplicar ao nosso dia-a-dia? Explique-me porque é que um Grandioso, ou um Ambicioso que estudam para exercer medicina (ou desejam) têm de saber a disciplina Z se nunca mais irá olhar para ela?
O meu pai ensinou-me que conhecimento não é o que se aprende na escola, mas sim o que ao final de certos anos fica retido nas nossas mentes e tem a relevância certa no nosso dia-a-dia, que no fundo de certa forma nos ajuda em certos aspectos. O Conhecimento segundo a filosofia, é a relação entre um sujeito e o objecto, é uma crença. Mas o que quer mesmo isso dizer. Terá o Sr Doutor de queimar tempo a estudar essas palavras (preciosas para alguns) se nunca as vais aplicar?
E os exames, porque é que o grau de dificuldade se altera de ano para ano? Porque temos nós de lidar com tais injustiças? Quando entramos para o secundário tomamos uma decisão importante, decidimos se queremos números ou letras, mas mais importante, decidimos se queremos ser Grandiosos, Esquecidos ou Ambiciosos. Decidimos aquilo que conseguimos ser. A nossa vida é determinada pelas nossas escolhas, mas terá de ser governada por ela? Pelas posições inocentes que inconscientemente tomamos? Será dessa forma que toda a nossa vida é gerida? Será correcto os exames cujo grau varia de ano para ano decidirem o nosso futuro? Estas são questões que vivem debaixo da minha almofada e me fazem questionar tudo aquilo que consigo, não por ser adepta de filosofias complicadas e embaraçadas em questões, argumentos e falácias duvidosas, mas por ser este o material de que sou feita.
Agora vou falar dos ambiciosos, a categoria onde me enquadro. Não sou Grandiosa, não sou Rainha ou celebridade. Gostava de ser, gostava de ver frutos do meu trabalho sempre que alguém me mete a prova. Não sou Esquecida ou Perdida, posso ainda não ter encontrado a pólvora, mas a ambição para a encontrar é tão grande que me faz querer "Muito" em vez de me contentar com o mero "Pouco". Deste modo sou uma "Ambiciosa", sou um ambiciosa que navegou nas desgraças eminentes, viveu num mar delas, ainda hoje as encontra mais vezes do que queria, tropeça nelas e afoga-se.
É doloroso, bastante até. É difícil prometerem-nos algo grandioso, nós ambiciona-mos essa grandeza, esse estrelado e no final tropeçarmos, afogarmos-nos e acabamos com o "Pouco", acabamos com o "Pouco" porque os condicionantes não  permitiram  chegarmos mais longe, porque o tempo é escasso, as corridas são grandes, o cansaço é doloroso.
 Dão-nos forças com frases guerreiras: "Para a próxima corre melhor", "Vais conseguir". Mas ninguém sabe disso, prometem-nos tesouros mas ninguém nos garante que vamos encontra-los. Cabe-nos a nós escavarmos mais um pouco, e antes de o encontramos  vamos bater mais mil vezes com a cabeça na rocha, vamos tropeçar e afogar-mos. Mas vale mais lutar, perder anos e acabar por conseguir.
A verdade é que também ninguém nos garante que vamos conseguir. Ninguém garante nada aos Grandiosos, aos Ambiciosos ou aos Esquecidos que por vezes sobressaem mais que a força eminente dos ambiciosos ou o sangue veloz dos Grandiosos.
Mas a verdade é que ninguém ira encontrar o tesouro por nós. E se queremos o ouro, há-que ir a procura. Há quem diga que já não há ouro, mas se não há, que venham os Grandioso, os Esquecidos e os Ambiciosos, vamos fazer moedas. Porque é sempre melhor fazer algo do que esperar que alguém o faça por nós.

E as palavras são extensas, as frases são longas mas a mensagem é importante portanto arranjem força, porque a verdade é que "o que não nos mata, fortalece-nos!".  Eu meus caros,  esqueci as letras que me acalentam o coração, desprezei historias que voavam na minha cabeça e vidas que pediam para ser contadas. Esqueci tudo isso e queimei as pestanas, vivi do café e vivi para a matemática, vivi para a físico-química.
 Tenho 16 anos, quase 17, sou uma criança, uma jovem, quase adulta? Sou o o que vocês quiserem e hoje quando pus os meus conhecimentos a prova (o que quer que sejam eles), tropecei, bati com a cabeça na rocha e afoguei-me.
Vou desistir? Não. Se consegui uma vez porque não hei de conseguir uma próxima? Perguntam-me vocês, se não fiquei desiludida, derrotista, desesperada? Fiquei, desprendi lágrimas dos meus olhos. Mas se vou desistir, não? Há que encontrar o ouro, esquecer todos os defeitos do nosso pais, da nossa sociedade. Porque somos nós Ambiciosos, Esquecidos e Grandiosos, somos nós que a constituímos, somos nós que a somos. Somos as crianças, os jovens, os adultos e os que serão idosos. Somos todos nós, juntos, num só.


Leiam isto!


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