Querida Lua - ajuda.

 Querida Lua

Como andamos minha cara? Por estes lados a negridão do meu olhar anda concentrada numa cura que procura, procura uma e outra vez, mas não encontra e desiste uma e outra vez. Volta ao inicio e volta a procura-la, entre a minha casa, a minha vida, a minha ciência, as minhas letras e os meus números.
As minhas observações e os meus erros, as minhas hipóteses, a minha Lua, o meu mundo algo tonto, virado do avesso, desafinado. E a minha cabeça plantada em ti, não desce à terra.
Os meus dedos suam, e as minhas pernas tremem. Não há qualquer lógica infiltrada em pensamentos complexos cobertos de esperanças e arrependimentos. Há uma falta de atenção constante perante tudo e mais qualquer coisa. E no final acaba por essa a doença que não me deixa pensar correctamente, ponderar mais naquilo que devia e menos naquilo que me domina.
Os erros estão cometidos, as desilusões talhadas, a culpa assimilada e o castigo na mesa. Agora que admiti os meus problemas e visei soluções, espero que o tempo seja veloz mas lento ao mesmo tempo, espero que passe rápido mas que se faça sentir. No fundo para eu descansar a cabeça desafinada, mas para também para esquecer de tudo um pouco,
Desculpa a demora das cartas Lua, mas sinto-me embaraçada por te desiludir, porque talvez eu não seja esta pessoa fixa a erros, pegajosa e demasiado imperfeita. Quero voltar a ser a tua menina, ajuda-me nesse meu desejo. Prendas de natal? Estão todas elas desejadas e escritas nas entrelinhas para que só tu me consigas dar aquilo que eu realmente preciso. Porque desejos há muitos, mas necessidades ainda mais.Perdoa também a linguagem descuidada, sem brilho e desesperada, mas é para sentires a ajuda que eu preciso minha querida.
Perdoa-me por isto e por muito mais, mas acima de tudo ajuda-me. Ajuda é isso que eu quero.
Aqui estou eu, trasnsparente, despi os erros, o preconceito, despi tudo o que cobria a minha mente, as minhas mãos, os meus pés decorados,  o meu corpo frio. Transparente ...