As folhas estavam prontas e as armas estavam limpas e corajosas, excitadas e destemidas, esperando pelo meu sinal. Mas a guerra começou e o meu sinal não chegou. Em vez disso a minha cor fugiu e o sangue gelou.
O inimigo avançava com os seus olhos colados aos meus, mas eu continuava com os pés enraizados ao chão, os gritos de suplico chegavam aos meus ouvidos, palavras fortes e destemidas, sem medo algum de uma morte já prevista e insignificante. As palavras começaram a voar pelos céus, suplicando-me uma e outra vez, afinal elas só precisavam do meu inútil sinal, do meu grito de guerra.
Mas quando o sangue gelou e a minha cor fugiu, a minha garganta secou e a voz sumiu. Mas então e se as palavras forem as cabeças? Também podem voar desprendendo-se de qualquer fio de linho que um dia as cozeu aos corpos voláteis e materiais sem qualquer valor neste mundo, onde a mente ocupa o trono.
Mas finalmente?
Finalmente a guerra acabou, ou se ainda não acabou, vai terminar muito em breve. Porque a batalha reinou. Nesse dia, eu continuei a olhar o inimigo nos olhos, quando ele se aproximou o suficiente de mim eu ouvi o barulho do vento chicotear a espada, e quando esta se aproximou da minha palavra, da minha cabeça, eu senti o cheiro e o sabor, era forte e contava-me uma historia, contava-me o final da historia, da minha historia. O frio da espada brincava com o meu peito e quando queria chegar ao coração, parou! Parou e curvou-se perante ele, porque se a mente ocupa o trono, no lugar desta está o coração. E se há alguém que reina neste corpo volátil e material, é ele. Pobre coração.
Tenho andado desaparecida. E tens escrito tanto... Mas quando aqui venho, leio tudo! TUDO! Não perco um único texto teu :)
ResponderEliminarADOREI ADOREI ADOREI! Adoro o jogo que fazes com as palavras e os desafios que fazes conosco!- De não conseguirmos sair daqui ou até mesmo sonhar!
BEIJOS RAQUEL :*