Escárnio

E lá fui eu, com os olhos vermelhos e com os punhos cerrados pôr a carta no marco do correio com a efémera esperança de que tu algum dia a lesses.Antes disso, tinha partido uns quantos copos, cortei o cabelo pelas orelhas com a velha e ferrugenta tesoura cá em casa, estraguei alguma roupa tua que deixas-te cá, de certo também tu tinhas uma esperança. A diferença entre a minha e a tua, era que, enquanto a minha era doce, apaixonada e inócua a tua era egoísta, cruel e interesseira. Por isso querido(a) amigo(a).Querido bicho que me come aos poucos, alimentando-se da minha alma jovem e doce transformando-a em cacos. Tu querido(a), ciúme e inveja, ódio e escárnio. Desdém talvez? Fora da minha casa …