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sábado, 28 de maio de 2011

A Ruiva (VII)

O chão voou-me dos pés. Quase que os senti a pressentirem o que ia acontecer, e a deixaram de sentir o forte suporte que os sustentava. Não, não era o alcatrão da estrada, não era terra batida e muito menos um chão de madeira. Era o sonho desencadeado pelas secções de olhares, toques e palavras proferidas no dia em que partiu. No dia em que partiu aquela que roubou meu coração.


Pensei que tudo aquilo fosse fruto da minha imaginação e fechei os olhos com a força do mundo até começar a ver estrelas. Quando os voltei a abrir ali estava eu com uma carta de despedida na mão, com a minha casa às costas. E uma lágrima no olho, pela primeira vez desde há muito tempo fora o exemplo para alguém. E o melhor de tudo, é que não era um alguém qualquer. Era ela!

Simples, fresca, doce, Clara, Ruiva, Papoilas! Mel e perfume! Mas mais que isso tudo. Era vida! Toda ela respirava motivação, energia e excitação. Doçura e avidez! Aquela mulher era uma verdadeira antítese. Naquele corpo pequeno, existia uma alma tão grande! Um desejo tão pujante! Era doce, mas com um travo sofro. No fundo era tudo aquilo que eu alguma vez quis ter. E agora nunca mais vou ter essa oportunidade, porque o chão voou-me dos pés, e se antes estava perdido numa grande cidade. Agora estou perdido neste pequeno grande mundo.


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