Olá olá queridos amigos, bem deveria estar a estudar matemática A , mas não resisti em vir aqui dar um pulo. Bem derreti-me com visitas e comentários ;) Mas isto tudo para vos relembrar que há já algum tempo fiz um texto, intitulado "Deliberado" E o meu querido amigo João Frederico, cujo blog é http://cruzaosteusentidos.blogspot.com/ iria completá-lo. É um jogo meu e do João, espero que gostem. Trata-se do seguinte, eu fiz este texto, e o João continuou, e agora irei eu escrevre mais um pouco. E assim sucessivamente até mais não.
Aqui está a minha parte (de novo) :
Saí de casa com asas nos pés, veloz corri para apanhar o autocarro. Perdi-o !
Sentei-me no banco frio junto á paragem, protegia os meus olhos com os óculos e a minha alma com a música , o sol queimava o meu rosto e fazia frente ao frio constante que me assolava. Descaradamente ignorei os autocarros que passavam por mim e faziam voar as páginas do livro que me acompanhava.
Iria faltar á escola e pronto ! Já não havia remédio para tal.
Levantei-me e fui beber um café, comi um pastel de nata , e fiquei sem norte . Como seria o meu dia sem funções ou sem elementos químicos ?
Não sei, voltei para a paragem e fiquei por lá, á espera de Ninguém. Foi então que alguém se sentou ao meu lado, ignorei constantemente os toques descuidados e evidente necessidade de chamar a minha atenção ... Pouca sorte, a música no meu ipod era mais interessante que qualquer tentativa de paixão.
Pensava eu, até te levantares e a tua camisa esvoaçar para cima de mim , o teu perfume entranhar na minha pele, e eu ver-te entrar e sentar-te á janela. Sorrindo e ignorando-me, mais uma vez descaradamente
E aqui, a continuação do meu querido amigo João ;)
Eu sabia, pretendias levar-me contigo sem rumo, para um destino incerto. Para um qualquer sítio que calhasse, provavelmente com o mesmo romantismo do livro que abraçava com as mãos.
E eu? Eu queria-me perder por aí contigo, pois eu, tu, nós, somos livres, como um pássaro divagante ou talvez como uma corrente, mágica, no mar. E naquele dia sem destino, em que decididamente faltaria à escola, nada me preocupava, nada para além do Sol que me acariciava a face, da música que me beijava os ouvidos, daquele sentimento inconsciente de liberfelicidade, nada para além de ti. O Jogo começava agora.
As mil imagens que acabei de descrever voaram para dentro dos meus brilhantes olhos castanhos deliciando por completo alma minha, naquele dia sonhadora, e... Levantei-me, demorando a eternidade... Fechei os olhos: apenas... o teu... perfume... esse guiava-me até ti... Para dentro de um qualquer amarelado autocarro...
-Oicha, o vilhete! - corei, corei, corei: figura tola fizera. E tu (pelo canto do olho vi) te riste - E para onde vais? - perguntou-me o tão impaciente maquinista carente de romance, por certo.
-Hm... - com tanta distracção esquecera-me disso, e aproximando-me do homem Gordo, tresandando todo ele a impaciência - por acaso não vira par... Não interessa deixa lá, - fazia-me lembrar a "stora" de Química, naquele mesmo instante, tinha a certeza, enfadando os meus colegas - dê-me bilhete inteiro para a última paragem, por favor.
-Umequince!
-Não tenho...
-Tem que tere senaum...
-Pois, mas não tenho.
-Tem...
-Está...
-que...
-aqui...
-tere!
-algures... - vi no bolso. Provavelmente lá estariam os trocos do pastel de nata e do café que pagara com uma nota de 5... - Aqui tem. Fique com o resto, para si.
-Ainda che foche alguma coicha, jovem... - pobre e mal agradecido!
Sétima fila, segundo lugar à direita, perto da porta - esperteza não te faltava, assim me pareceu. Onde me sentaria? Teria de decidir rapidamente: fazia parte do nosso jogo descarado.
Tirei os óculos enquanto andava lentamente pelo único corredor, central, do autocarro, deixei apenas um 'phone a sussurrar-me ao ouvido e passei a mão pelo cabelo, sentindo o teu olhar queimar-me cada centímetro do meu corpo. Sabia bem o que sentias, descansa: o sentimento, o desejo do momento, eram mútuos.
Não pude, nesse instante, deixar de reparar naquele perfeito contraste entre cabelos castanhos, brilhantes; olhos castanho-esverdeado traquinas, felizes e, via-os agora, tímidos; e entre lábios teus vermelhos, tão bem desenhados... Deu-me vontade de acreditar em Deus: apenas Ele teria o poder para esculpir tão maravilhosa obra.
Deste o primeiro passo e agora eu respondia dando o segundo: o contacto. No fundo dançávamos: de forma bela, espontânea mas calculista, um passo de cada vez. E... sentei-me a teu lado, "é o único disponível", impedindo-te de fugir, pelo menos sem mim.
Agíamos como dois amantes secretos, e talvez o fôssemos; estava a adorar, e tu reparaste nisso mesmo esboçando um sorriso terno, os olhos retraídos, para baixo, os lábios trincavas, humedecendo-os ao mesmo tempo, como se a qualquer momento me fosses beijar...
Queria parar o tempo, nesse instante, fechar os olhos e parar tudo ali: o Sol, a música "The man o can't be moved", o sentimento de fuga, felicidade, Tu (com o teu aroma, a tua camisa esvoaçante, o teu cabelo brilhante, os teus olhos traquinas) e guardar esse momento para sempre numa bola de neve.
Instalei-me... E sem querer, repeti os teus gestos, o teu solo de dança, deixando-me levar pela inocência do momento enquanto fazias soar as tuas primeiras palavras doces, um leve olá, que para mim era a mais bela melodia...
A (nossa) inconsciente e deliberada fuga estava agora a começar,
ali sentados num banco de autocarro,
sem destino, mas juntos...
Por favor, por favor, por favor. Digam-me o que acham . Beijinhos !
genial, acho que está a ficar um trabalho fantástico! beijinho*
ResponderEliminaro texto está a ficar lindo, e o 'jogo' é bastante original (:
ResponderEliminarEstá a ficar perfeito e a ídeia em si está muito boa :)
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