Ganhas-te !

Nós não tínhamos problemas, inventávamo-los! Éramos como Einstein e a relatividade. Queríamos acreditar que sim, que possuíamos dificuldades, dúvidas e enigmas, e convencíamo-nos que havia soluções, só as tínhamos de encontrar, caímos naquele ditado tão usual “A falar é que agente se entende “ . Mas não, nada disso! A nossa linguagem era uma fonte de mal entendidos. E tudo se baseava num jogo, começou quando se ouviu o sinal de partida, ganhas-te! E disseste-me ao ouvido: O segredo de uma vitória é saber não jogar outra vez. Eu queria jogar de novo, mas tinhas os dados viciados e eu era uma amadora, enquanto tu envergas-te o vencedor. Uma calculadora de casualidades. Sufocava o imprevisto e contava as emoções, tu eras a simplicidade em pessoa, dizias para ter calma, para não inventar problemas. Mas eu queria ser o erro na ordem natural das realidades, queria ser a mudança. Era um pouco desafinada, mas tu deverias prestar somente atenção às minhas palavras, ao distinto desafio que nos contemplava, era uma beleza diferente e nós ainda não tínhamos capacidade de admirar, aceitar e acima de tudo aproveitar … Eu queria ser a excepção que desequilibrava a regra.